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A contratação de Seguro Cibernético como parte da estratégia de resiliência das empresas

A contratação de Seguro Cibernético como parte da estratégia de resiliência das empresas

Você já ouviu falar em seguro cibernético? Este é um recurso em ascensão dentro das estratégias de cibersegurança das empresas em razão da evolução do cenário de riscos cibernéticos e do aumento dos ciberataques.

Para que as empresas estejam realmente seguras diante das inúmeras possibilidades de incidentes de segurança, ainda há muito a ser feito, começando pela conscientização dos gestores e das equipes.

A segurança digital é um assunto de extrema importância para toda a sociedade, que precisa tornar-se mais resiliente a partir da cooperação entre empresas, indústria de seguros e governo.

Sendo assim, mesmo que o seguro cibernético ainda não seja um ponto amplamente explorado quando o assunto é a construção de uma estratégia de segurança cibernética, ele é muito promissor.

Nos próximos tópicos, você vai entender melhor o que é e qual é a importância do seguro cibernético para a estratégia de resiliência de um negócio.

Além disso, também vamos mostrar como o seguro cibernético complementa outras medidas de segurança cibernética.

Continue a leitura!

O que é um seguro cibernético?

O seguro cibernético também é chamado de seguro de risco cibernético e é uma categoria de seguros desenvolvida para proteger as empresas contra os riscos e consequências de ataques cibernéticos e violações de dados.

Assim, o seguro cibernético fornece cobertura, por exemplo, para os custos de respostas a incidentes, recuperação de dados, responsabilidade legal e danos financeiros decorrentes de um ataque cibernético.

Isso significa que ele possibilita que a empresa lide melhor com os impactos financeiros de um incidente de cibersegurança. 

É claro que a contratação do seguro cibernético não pode ser a única medida tomada pelos gestores da empresa como estratégia de segurança digital.

Com o seguro cibernético, será possível lidar com as questões financeiras imediatas que vão surgir assim que a empresa for impactada por um ataque. Porém, é importante contar com um planejamento mais robusto para evitar e mitigar novos incidentes.

Dito isto, é preciso entender que existem vários fatores importantes a serem considerados na escolha de um seguro cibernético. Vamos ver os principais deles no próximo tópico.

Como escolher o seu seguro cibernético?

Você deve começar pela avaliação das necessidades do seu negócio e esta etapa só será devidamente cumprida se você pensar a cibersegurança de um ponto de vista mais amplo. 

É preciso conhecer os riscos específicos corridos pelo seu negócio, considerar o porte da empresa, as categorias de dados com os quais ela lida, os sistemas e aplicações utilizados e as regulamentações específicas do seu setor de atuação.

Além disso, o seguro cibernético, para ser eficaz, deve ser fornecido por uma empresa experiente na área de tecnologia.

Preste atenção à reputação da empresa e confira se ela oferece uma cobertura adequada para as suas necessidades.

Havendo diferentes opções de cobertura, é importante fazer um comparativo entre elas e as necessidades do seu negócio para chegar à opção mais adequada.

Você pode precisar, por exemplo, de cobertura para responsabilidade cibernética, violações de dados, interrupção de negócios, extorsão cibernética e outros aspectos relacionados à cibersegurança

Compreenda a fundo quais são as exclusões e limites da apólice e pesquise pela reputação da empresa escolhida em relação aos níveis de suporte oferecidos durante e após o incidente.

Você pode solicitar diversas cotações e fazer uma análise comparativa entre termos, coberturas, prêmios e condições oferecidas

Pesquise também sobre a capacidade financeira da seguradora para cumprir com os pagamentos de sinistros.

Outro detalhe importante é a leitura das políticas e condições da apólice, com atenção para as exclusões, períodos de carência, franquias, entre outros detalhes.

Em caso de dúvidas, você pode buscar uma orientação especializada com um corretor ou consultor de cibersegurança para fazer uma avaliação mais aprofundada.

Tenha em mente que cada empresa é única e as necessidades de seguro cibernético do seu negócio são específicas.  

Como funciona o seguro cibernético?

Após a avaliação de riscos incluindo a análise dos sistemas de TI, infraestrutura de rede, políticas de segurança existentes e outras áreas relevantes, ocorre a personalização da apólice.

Nesta etapa, a seguradora trabalha em conjunto com a empresa para determinar qual é a cobertura necessária e definir os limites de indenização, os períodos de carência, as exclusões e outras especificidades.

Normalmente, parte-se de uma cobertura básica e acrescenta-se as coberturas adicionais, conforme as necessidades da empresa.

A cobertura básica normalmente inclui a responsabilidade cibernética, a proteção contra as violações de dados e as despesas de resposta a incidentes.

Portanto, são cobertos os danos a terceiros, os custos de notificação de violação, o monitoramento de crédito e recuperação da reputação, os custos de remediação e os relatórios legais.

As coberturas adicionais podem incluir recursos ligados à necessidade de interrupção dos negócios, extorsões cibernéticas (com o pagamento de resgate em caso de sequestro de dados), cobertura de danos à propriedade digital, entre outras possibilidades.

Com base na avaliação de risco, a seguradora determina o prêmio do seguro cibernético. O prêmio corresponde ao valor que a empresa paga para a manutenção da apólice de seguro.

Nesse contexto, uma importante demanda é a de melhorar a qualidade dos dados e a modelagem para uma precificação mais precisa. 

Os riscos cibernéticos são difíceis de quantificar devido à falta de dados padronizados e às restrições de modelagem.

Além disso, há que se considerar também o alto grau de incerteza em torno das perdas esperadas e do potencial para acumulação de perdas. 

Normalmente, os riscos futuros são previstos com base em dados retrospectivos, mas essa abordagem tem valor limitado no ambiente altamente mutável do risco cibernético

As seguradoras também precisam investir na força de trabalho cibernética para auxiliar no fortalecimento das habilidades atuariais, técnicas e forenses necessárias para os ciclos de subscrição e gerenciamento de sinistros.

A partir do estabelecimento do contrato, a seguradora pode solicitar que a empresa adote determinadas medidas de segurança cibernética, como implementar controles de segurança, realizar auditorias regularmente, treinar e conscientizar os colaboradores e manter backups adequados.

Com o seguro cibernético vigente, em caso de um incidente, a empresa deve notificar a seguradora imediatamente para que ela forneça as orientações sobre os próximos passos a serem dados.

Em seguida, a seguradora realiza uma avaliação do incidente e pode conduzir uma investigação para compreender a extensão dos danos  e a causa do ataque.

De acordo com a cobertura contratada, a seguradora, então, reembolsará as despesas ligadas ao incidente, às notificações de violação, à recuperação de dados, entre outras coisas definidas em contrato.

Caso haja uma interrupção das atividades do negócio devido ao incidente, o seguro cibernético também pode cobrir indenizações pelas perdas financeiras decorrentes desta interrupção.

Além do reembolso de despesas, o seguro cibernético também pode incluir o suporte após o incidente, com serviços de gerenciamento de crises, consultoria em cibersegurança e assistência para a recuperação da reputação.

É importante lembrar que as apólices de seguro cibernético no Brasil ainda correspondem a um mercado em desenvolvimento e, por isso, as coberturas possíveis podem variar.

Sendo assim, cabe aos gestores avaliarem minuciosamente as especificidades do seguro cibernético que pretendem contratar para entender todos os detalhes, inclusões e exclusões.

As seguradoras devem atualizar a linguagem das políticas para obter maior clareza e consistência, além de uma padronização em cláusulas de exclusão e termos e condições. 

As exposições a cenários de riscos sistêmicos são um empecilho para a capacidade da indústria. Esclarecer o escopo da cobertura pode levar a um aumento na capacidade cibernética, tornando o seguro cibernético mais eficaz e direcionado.

As consequências da violação de dados como motivos para a contratação de um seguro cibernético

Sem dúvida, o avanço acelerado dos cibercrimes, tanto em termos quantitativos quanto em relação às capacidades técnicas, é uma excelente razão para considerar a contratação de um seguro cibernético. 

De acordo com um recente relatório da IBM, cerca de 83% das empresas sofreram mais de uma violação de dados durante o ano de 2022.

Um outro relatório, produzido pela Verizon, mostra um aumento de 13% nos ataques de ransomware no mesmo período, que corresponde a um aumento igual ao dos cinco anos anteriores juntos.

Quanto mais a tecnologia avança, mais o cibercrime se aprimora. Como é inviável a consolidação de um negócio sem a ajuda da tecnologia, o investimento em recursos de cibersegurança, como o seguro cibernético, é uma necessidade.

A recente implementação do ChatGPT nas empresas, por exemplo, expôs informações confidenciais de 1,2% dos assinantes do plano do ChatGPT Plus por conta de um bug.

Além desse problema na biblioteca de código aberto, os próprios usuários podem acabar expondo informações internas acidentalmente ao utilizarem a ferramenta.

Cabe citar que as consequências financeiras de um ataque podem ser bem maiores que o investimento em um seguro cibernético. 

Empresas de capital aberto, por exemplo, podem ter o preço de suas ações reduzido quando não lidam adequadamente com incidentes cibernéticos.

Esse impacto repercute em toda a cadeia de suprimentos, causando um efeito cascata que representa uma enorme perda para o ecossistema de negócios de uma empresa.

Um exemplo disso ocorreu quando a empresa Okta sofreu uma violação de segurança, tendo uma redução de cerca de 6 bilhões de dólares fora da capitalização de mercado durante a semana em que o incidente foi divulgado.

Os impactos de longo prazo também precisam ser considerados, já que um incidente de segurança consome diretamente os recursos da empresa, aumentando os custos do negócio.

Após um incidente de grandes proporções a empresa pode ter que pagar mais caro, por exemplo, pelas taxas de auditoria. Esses custos adicionais de longo prazo acabam sendo repassados para os clientes e investidores, dificultando a manutenção da posição ocupada pela empresa no mercado. 

Estima-se que cerca de 60% das empresas que sofreram violações de dados precisam aumentar os preços de suas soluções.

Os riscos cibernéticos também podem acarretar a redução da classificação de crédito, o que afeta a capacidade e o custo de um negócio para garantir financiamentos.

Empresas com estratégias fracas de cibersegurança tendem a arcar com custos maiores de empréstimos, além de um risco financeiro mais robusto.

Além de todos os aspectos mencionados acima, também é importante lembrar dos custos imediatos relacionados à recuperação após um incidente e aos custos legais.

Com o seguro cibernético, todo este processo pode tornar-se mais viável de ser executado e a empresa ganha maturidade em termos de estratégia de cibersegurança.

Seguro cibernético como integrante da estratégia de cibersegurança 

Como mencionado acima, a própria contratação de um seguro cibernético exige um conhecimento prévio das vulnerabilidades e necessidades de segurança da empresa.

Isso significa que ele não pode ser pensado como um recurso isolado. O seguro cibernético precisa complementar outras medidas de segurança cibernética colocadas constantemente em prática na sua empresa.

É de extrema importância o desenvolvimento de uma estratégia de cibersegurança de um ponto de vista mais abrangente.

Um estudo com mais de 5 mil hospitais dos Estados Unidos revelou que aqueles que investem em segurança da informação de forma mais substancial e a integram aos seus processos organizacionais podem reduzir efetivamente 37,8% das violações de dados em um eventual ataque.

As empresas de capital aberto com melhores políticas de cibersegurança conseguem recuperar o preço de suas ações em cerca de uma semana. 

Essas empresas são as que contam com um CISO dedicado, promovem auditorias regularmente e participam de programas de compartilhamento de ameaças.

Por outro lado, uma empresa com uma postura imatura de cibersegurança pode precisar de um tempo muito maior para se recuperar, com uma média de 90 dias.

Concluímos, portanto, que a segurança cibernética deve ser uma prioridade para a empresa, com a manutenção de uma equipe consciente e sempre a postos para mitigar possíveis riscos.

Isso significa que, além do seguro cibernético, é importante cuidar não apenas dos aspectos técnicos relacionados à segurança de dados, mas também da questão cultural.

Uma cultura organizacional voltada para a cibersegurança evita grande parte dos impactos de uma violação de dados.

O seguro cibernético não substitui a implementação de iniciativas robustas de segurança cibernética. 

As empresas devem adotar uma estratégia abrangente, incluindo a implementação de controles de segurança, treinamento de colaboradores, monitoramento proativo e um plano de resposta a incidentes.

Em resumo, o seguro cibernético é um recurso valioso que oferece uma camada adicional de proteção financeira para que a empresa lide melhor com os ataques e violações de dados.

Quando o gestor compreende como funciona o seguro cibernético e o combina com outras práticas sólidas de cibersegurança, sua estratégia torna-se mais resiliente.

Assim, a meta de mitigar riscos associados à segurança digital torna-se mais facilmente executável a partir da transferência de parte desses riscos.

A inclusão do seguro cibernético nas estratégias de resiliência empresariais é uma tendência e muitas empresas devem contratá-lo nos próximos anos.

Se você está considerando recorrer a este recurso para proteger o seu negócio, é fundamental implementá-lo paralelamente a um bom plano de respostas a incidentes e às ações que visam detectar e sanar as vulnerabilidades de segurança antes que elas sejam exploradas pelos cibercriminosos.

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