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Gestão de Vulnerabilidades: 8 passos para proteger o seu negócio

Gestão de Vulnerabilidades: 8 passos para proteger o seu negócio

Os ataques virtuais e as crescentes preocupações com cibersegurança trazem à tona temas como gestão de vulnerabilidades, segurança e proteção de dados e informações.

O número de ataques virtuais têm se ampliado a cada dia e, assim, proteger as organizações é tarefa essencial. Ataques cibernéticos contabilizam muitos prejuízos e já geram perdas de US$ 1 trilhão para as empresas no mundo.

Com diversas tarefas no ambiente de TI, os profissionais acabam deixando de fazer de forma correta a gestão de vulnerabilidade do ambiente. 

O que você sabe sobre esse tipo de gestão e como você tem feito essa importante função em seu negócio? Confira o que reunimos sobre o tema e fique ainda mais por dentro sobre gestão de vulnerabilidades!

O que é gestão de vulnerabilidades?

Assumindo que é impossível ter um ambiente 100% seguro de ameaças, é mais do que necessário cuidar para que os riscos sejam controlados e mitigados, protegendo e dando segurança para o negócio como um todo.

Por isso, é tão importante realizar de forma preventiva, estando à frente dos problemas e fazer gestão de vulnerabilidades. Gestão de vulnerabilidades é o processo de identificação, análise, classificação e tratamento das vulnerabilidades.

Esse tratamento consiste na correção das fraquezas, aplicação de controles e minimização de impactos no ambiente. A gestão de vulnerabilidades é um processo contínuo e que precisa ser acompanhado de perto.

Com essa gestão, as avaliações são periodicamente repetidas e, dessa forma, é possível determinar quais mudanças ocorreram comparadas com a última avaliação realizada. Esse processo busca medir o progresso, ou a falta dele, e avalia os riscos aos quais a organização está submetida.

A gestão de vulnerabilidades tem funções de:

 

    • Detectar e corrigir falhas que podem acarretar em riscos de segurança, funcionalidade e desempenhos;
    • Alterar configurações de programas para deixá-los mais eficientes;

 

  • Implantar mecanismos de segurança e realizar suas atualizações;

 

  • Focar na melhoria contínua dos sistemas de segurança.

É importante ressaltar que não se deve confundir a gestão de vulnerabilidades com scan ou análise de vulnerabilidades. 

O scan trata-se do uso de ferramentas para a identificação das fraquezas e ajuda na gestão de vulnerabilidades. A análise de vulnerabilidades consiste em um ponto único de atividade que descobre falhas de segurança nos softwares ou hardwares.

Normalmente, essas análises são feitas de forma automatizada e coletam informações a partir de programas específicos para tal fim.

Em síntese, a análise de vulnerabilidade é parte da gestão de vulnerabilidades. Quando feitos apenas escaneamentos esporádicos, não se pode considerar que a empresa faz esse tipo de gestão.

O que são vulnerabilidades?

Para entender por completo sobre a gestão de vulnerabilidades, é preciso entender o que elas são.

De acordo com a ISO 27000, a portaria de Sistemas de Gestão de Segurança da Informação, as vulnerabilidades são “fraquezas de um ativo que poderia ser potencialmente explorado por uma ou mais ameaças”.

Essas fraquezas podem ocorrer durante a concepção, implementação, configuração ou operação de um ativo ou controle. Elas podem ser geradas nas empresas através de falhas humanas, parte tecnológica desatualizada ou de forma mal-intencionada.

Existem diversas fontes de vulnerabilidades que podem causar danos aos negócios, algumas das mais comuns são:

Físicas e naturais

Essas têm a ver com o ambiente em que a empresa está instalada. As vulnerabilidades físicas são sobre o perímetro da localização das empresas, instalações de prédio, controles e permissões de acesso no local, segurança no armazenamento de documentos, entre outros.

Quanto às vulnerabilidades naturais, são aqueles desastres como incêndios, alagamentos, quedas de energias, entre outros que, mesmo que não sejam totalmente controláveis, merecem planos de contingência.

Falhas humanas

Grande parte dos riscos dentro das empresas podem vir associados de falhas humanas, sejam em erros por desatenção, falta de conhecimento ou, até mesmo, atividades mal-intencionadas pelos colaboradores.

Além disso, os próprios usuários internos, por vezes, executam arquivos maliciosos que facilitam a invasão do sistema e a perda de dados e informações.

É necessário treinamentos de conscientização para os colaboradores, alinhamento dos procedimentos detalhando a execução das atividades e políticas de segurança e sanções disciplinares para o descumprimento das políticas de segurança. 

Mídias digitais

As mídias digitais são outro tipo de vulnerabilidade, como pendrives, HDs externos, celulares, entre outros. 

A utilização de dispositivos externos pode comprometer a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos sistemas, resultando em problemas na segurança da informação.

Mais uma vez, a importância dos treinamentos e conscientização. Os colaboradores devem ser educados para não utilizar dispositivos de mídias não autorizados na corporação.

Softwares desatualizados ou licenciados por métodos não recomendados

O uso de softwares desatualizados é uma grande falha de segurança e expõe o negócio a vulnerabilidades desnecessárias.

Todos os sistemas e programas que rodam em sua empresa devem ser protegidos e atualizados.

Essa necessidade acontece graças à velocidade dos cibercriminosos, que encontram brechas nos programas. 

Essas brechas são corrigidas e disponibilizadas por meio das atualizações. Por isso, é preciso estar sempre com a versão mais recente de todos os softwares utilizados.

Estrutura e configuração

Mesmo que os softwares da empresa estejam atualizados, e sejam bem operados, os problemas na infraestrutura de rede ou de hardware podem também trazer riscos e vulnerabilidades.

Ter servidores mal configurados, ausência de firewall, antivírus e backup, falta de profissionais adequados para gerenciar as estruturas de redes, ausência de controle de acessos dos usuários, pode dar brechas para vulnerabilidades e cibercrimes.

Quais são os benefícios da gestão de vulnerabilidades?

A gestão de vulnerabilidades agregam benefícios e valor para as empresas. Confira só para você ter ainda mais certeza que deve implantá-la:

Maior controle de segurança

A segurança, sem dúvida, é a grande vantagem desse tipo de gestão. Com sua implantação e execução contínua, problemas com spam, vírus, malwares e ransomwares tendem a reduzir, dando mais proteção e segurança organizacional.

Economia de tempo e dinheiro

Mapear, priorizar e ter definidas as vulnerabilidades geram economia de tempo e, consequentemente, dinheiro.

Ao saber quais são as fraquezas, e corrigi-las, diminuem-se as chances de ataques e crimes virtuais, que dão diversos prejuízos para as empresas, sejam financeiros ou na imagem da organização.

Competitividade no mercado

Empresas que oferecem garantias de segurança têm mais chances de adquirir e manter clientes, afinal, cada vez mais, a segurança tem sido um ponto decisivo na tomada de decisão das organizações.

Em muitas transações, as pessoas oferecem dados às empresas e saber que a organização é capaz de proteger a informação é muito relevante.

A proteção de dados do consumidor fica ainda mais latente com a LGPD — a Lei Geral de Proteção de Dados — que regulamenta o uso, proteção e tratamento de dados pessoais no país.

Como fazer gestão de vulnerabilidades? 8 passos para você!

Agora que você está por dentro do que são as vulnerabilidades, é preciso definir estratégias para que a sua gestão funcione corretamente. Para que essa tarefa seja mais fácil, separamos algumas dicas importantes. Confira!

1. Prepare o processo

Como citamos anteriormente, gestão de vulnerabilidades vai além de executar scanners de vulnerabilidades. Por isso, é preciso ter uma preparação e desenho do processo a ser executado.

Nesse momento, é interessante mapear todas as informações relevantes da empresa, como seus riscos, tamanho, infraestrutura, número de aplicações e dispositivos.

Também é importante mapear locais em que estão os dados dos clientes e funcionários e os cuidados que já são tomados com a segurança do negócio.

Nessa etapa, implemente um inventário de ativos, afinal, uma boa gestão de vulnerabilidades também depende do conhecimento de informações que a empresa tem, tais como fabricantes dos softwares, versões, local de instalação, responsáveis, entre outros.

2. Defina responsáveis

A gestão de vulnerabilidades é uma tarefa que precisa de profissionais capacitados, engajados e responsáveis pela segurança de dados da organização.

Essas tarefas não devem ser direcionadas exclusivamente para os integrantes dos times de suporte técnico, afinal, esses priorizam atendimentos e solução de problemas de seus clientes, deixando a segurança interna para depois.

Ter uma equipe de segurança interna, que faça gestão de vulnerabilidades pode ser interessante em caso de grandes empresas.

Para aqueles negócios menores, em que não faz sentido criar-se uma nova equipe, pode ser relevante considerar terceirizar alguns serviços de TI.

Se os responsáveis forem internos, é ideal que tenham fontes de referência, como sites de fabricantes, fóruns, grupos, notícias e qualquer informação que possa ser consultada sobre vulnerabilidade e suas correções.

3. Realize mapeamento dos riscos

Com processos preparados e responsáveis definidos para cuidar da gestão de vulnerabilidades, é hora de começar a mapear os riscos.

Todos os riscos seja no mundo virtual ou não devem ser levantados. É importante ter mais cuidado com softwares que tratam de dados sigilosos, como informações de pessoas e dados financeiros.

Sabendo o que faz parte dos dados sensíveis, deve-se fazer varreduras em busca de possíveis falhas de segurança e, para isso, é importante contar com programas especializados, como EcoTrust

A estratégia de detecção de vulnerabilidades depende do tamanho e da natureza dos ativos digitais. É possível escanear o ambiente completo a cada bimestre e os materiais de alto valor todos os dias, por exemplo.

É preciso entender o comportamento e materiais da empresa para tomar essas definições, porém, sem esquecer que gestão de vulnerabilidades é um trabalho contínuo. 

4. Faça análise e priorização

Com os resultados do passo anterior em mãos, é preciso fazer a análise de dados para diversas tomadas de decisões.

Ao conhecer as vulnerabilidades da empresa, é preciso priorizar e definir quais riscos devem ser contidos primeiros.

É importante que essa etapa conte com ajuda de outras pessoas e setores da empresa, afinal, as ameaças fazem mal a muitas equipes e é preciso entendê-las e categorizá-las pensando no todo do negócio.

Nem todas as ameaças afetam diferentes locais do mesmo jeito, por isso, além de priorizar, entenda o que é mais crítico e leva mais riscos aos negócios.

5. Produza relatórios

Muitas empresas sofrem com a definição de métricas e com a disponibilização de informação para todos os componentes dos times. Sendo assim, é importante produzir relatórios.

Os relatórios mostram dados, dão visibilidade às ações e resultados e, ainda, podem ser utilizados de forma comparativa durante o tempo e como meio de consulta para ações estratégicas.

Os relatórios devem ter a participação do time de segurança, responsáveis pelos sistemas e todos aqueles que estão diretamente ligados com a vulnerabilidades encontradas.

Ao ter processos de gestão de vulnerabilidades registrados, é possível aprender com os incidentes, prevenir futuras ocorrências e estar preparado para outros impactos. 

Mais do que registrar, faça sempre a análise dos dados e conduza avaliações periódicas para coletar feedbacks e implementar melhorias e correções. 

6. Trate as vulnerabilidades

Muitas vulnerabilidades acontecem a todo tempo e, independente de sua urgência e priorização, é preciso tratá-las com procedimentos definidos e de forma estruturada.

Tenha um trabalho para ser seguido, e um tempo estimado de realização, para que nenhum outro setor seja prejudicado durante a resposta aos incidentes.

É claro que cada vulnerabilidade contará com uma ação, tempo e dificuldade, mas ter um processo minimamente definido, certamente, guiará e dará mais agilidade aos times e pessoas responsáveis.

7. Tenha métricas de sua gestão de vulnerabilidades

Após adotar um sistema de gestão de vulnerabilidades, os empreendedores, por vezes, se perguntam como medir a eficiência dessa atividade. 

Como em qualquer área, essa é uma medição importante, afinal, evidencia o que tem sido feito, justifica investimentos e mostra o que precisa ser melhorado e alcançado.

O número mais básico que se deve ter, e é dado pelos programas utilizados, é sobre a quantidade de vulnerabilidades registradas nos períodos desejados e suas evoluções. 

É interessante ter o indicador do tempo de detecção, ou seja, o tempo médio entre a publicação da vulnerabilidade e sua detecção e o tempo de mitigação, que mostra o tempo que se leva para uma vulnerabilidade ser corrigida. 

O tempo de mitigação é uma métrica importantíssima, que mostra se a priorização tem dado certo, dá parâmetros sobre a agilidade do trabalho e mostra a efetividade dos programas, afinal, quanto maior tempo uma vulnerabilidade demorar para ser corrigida, mais riscos à segurança da empresa.

Outra métrica que pode ser utilizada é a baseline ou golden machine. Esse é um indicador que ajuda a destacar quais máquinas apresentam maiores riscos em comparação a outras.

Ou seja, um scan é executado na máquina, a golden machine, e essa terá as correções mais recentes aplicadas. Uma pontuação será determinada para essa máquina no seu total de vulnerabilidades, dessa forma, ela será um parâmetro.

As máquinas que tiverem desvios da pontuação de vulnerabilidades da golden machine, devem ser priorizadas pela equipe técnica.

8. Treine as equipes

Como citamos, ao listar quais são as vulnerabilidades existentes e possíveis de acontecer,  muitas podem ocorrer por falhas humanas. 

Por isso, é essencial que as equipes de trabalho e todos os colaboradores entendam a importância da segurança das informações e da boa gestão de vulnerabilidades.

É preciso que todos estejam engajados e cientes da importância desse cuidado. Por vezes, o descuido com o uso de ferramentas ou a falta de conhecimento de se perceber riscos pode ser porta de entrada para cibercriminosos.

Dê orientações aos colaboradores, tanto no uso de equipamento quanto no uso de softwares, realize treinamentos, conscientize sobre os perigos e prejuízos que as falhas de segurança e humana podem acarretar e faça que essa seja uma tarefa de cuidado conjunto.

É claro que nem todo colaborador será capaz de lidar com as falhas que encontrar, mas é preciso estar claro para todos a quem se deve recorrer em momentos como esse.

Mais do que conscientizar, é preciso também que a empresa tenha regras de conduta para lidar com sua segurança e vulnerabilidades. 

Listamos aqui 8 etapas importantes que pode te ajudar em uma gestão de vulnerabilidades, mas não significa que depois de concluídas tudo está finalizado. 

É sempre importante ressaltar que o trabalho de gestão de vulnerabilidades é contínuo, ou seja, o ciclo de identificação, correção, aplicação e análises para redução de riscos deve sempre recomeçar e nunca parar.

As vulnerabilidades e ameaças mudam a todo instante, por isso, esse é um trabalho relevante e que não pode ser negligenciado

Logo, os softwares precisam sempre estar atualizados, novas pessoas precisam se envolver nos processos e cada nova solução atual de segurança pode — e deve — ser testada.

É interessante apostar em tecnologias como solução de gestão de vulnerabilidades, afinal, elas tornam os processos mais ágeis, automatizados e identificam ainda mais falhas do que apenas testes de segurança manuais.

E, mesmo que sua empresa utilize soluções em nuvem para armazenar dados e softwares, a gestão de vulnerabilidade deve seguir os passos com dedicação, pois as ameaças atingem programas locais e cloud.

Contar com a ajuda de consultorias e parceiros de TI também é interessante, pois reduz tempo demandado para atividades de gestão e dá ainda mais segurança por contar com profissionais focados e capacitados para essa tarefa.

Como você tem cuidado da sua gestão de vulnerabilidades? Essa tarefa já é realidade em seu negócio ou ainda não foi implantada?

Agora que você está mais por dentro da importância dessa gestão, e conhece alguns passos de como realizá-la, que tal começar a colocá-la em prática na sua empresa? E, se você já executa a gestão de vulnerabilidades, sempre é momento de aprimorar suas técnicas!